segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Amor Impossível não existe... 5

Capítulo 5 – Os dias seguintes

Rudá fica então hospedado em casa de seus avós, estes “ofereceram-lhe” 2 semanas de férias e de paz, na pacata aldeia, e convite esse a que Rudá aceitou, prontamente.

Jaci ficou radiante, mas ao mesmo tempo com medo... que significaria aquela troca de olhares, aquele sentimento que penetrou seu coração  e que era desconhecido para ela, porque é que o seu coração batia mais forte cada vez que ouvia a voz de Rudá...

Os dias foram passando... Rudá ouvia atentamente as histórias dos avós, mas sempre olhando para Jaci, fitando os seus belos olhos, toda ela parecia um anjo para Rudá. Durante aquele tempo que tinha passado desde que chegou, entre Rudá e Jaci foi havendo cada vez mais um sentimento de cumplicidade, carinho, desejo, amor.. mas...

Amor Impossível não existe... 4

Capítulo 4 – Os Avós e Rudá

D. Madalena, desmaia ao ouvir aquela resposta, é Jaci que a consegue segurar, e Rudá entra portão dentro e também a ampara, transportam-na para dentro e as mãos de ambos tocam-se, de mansinho.

Jaci traz um copo de água e aos poucos D. Madalena recupera-se, mas ainda mal acreditava no que seus ouvidos tinham acabado de ouvir. D. Madalena pergunta a Rudá: “ onde esta teu pai ?”.
Meu pai morreu e mas antes de falecer, contou-me toda a história da sua vida, o seu ultimo pedido foi que eu procurasse meus avós, respondeu Rudá.

É então que entra Manuel, Avô de Rudá, e pergunta quem ele era, sua mulher responde: “ alegra-te, homem, que ele é nosso neto”. Os dois abraçam-se calorosamente, e a estes junta-se a avó, entre choro e alegria, a felicidade era enorme naqueles 3 corações, e Rudá não conseguia desviar o olhar de Jaci...

Amor Impossível não existe... 3

Capítulo 3 – Um olhar vale mais que mil palavras

 O dia estava a meio quando Rudá chegou à aldeia, aquele local tão lindo e puro maravilhou-o, percorre a aldeia e é então que chega ao portão onde, supostamente, seus avós moravam.

 Rudá toca a campainha, e é Jaci quem vem porta, quando os olhos de ambos se cruzam pela primeira vez, todo o mundo parecia que tinha parado, o chilrear dos pássaros, o barulho dos carros, a leve brisa, tudo parecia ter deixado de existir, tudo o que havia eram 2 olhares profundos, puros que se tinham “tocado” e que queriam que assim ficassem eternamente...

Nenhum dos 2 conseguia dizer alguma coisa, seus corações puxavam a língua para trás, seus cérebros não raciocinavam, foi então que a Avó vai a porta e pergunta: - “ quem é?”

Rudá e Jaci acordam então deste sono letárgico e é Rudá que responde, -  procuro por uma senhora chamada Madalena de Jesus.
Esta responde: - “ Sou eu, quem é o senhor?”
Num tom seco e frontal, este diz : sou seu neto.

Amor Impossível não existe... 2

Capítulo 2 – A chegada de Rudá


Rudá era um rico banqueiro que vivia na cidade “grande” de Montes Claros, seu pai que tinha falecido de cancro, disse-lhe antes de morrer :

-          “ Filho, gostava muito que fosses à procura dos teus avós, eu nunca tive a coragem de encontrar de novo meus pais, e hoje arrependo-me muito disso, pois se eles ainda estiverem vivos poderão precisar de ajuda e eu já não os poderei ajudar, por favor, faz este último favor a teu pai...”

Rudá apesar de ser muito rico, era uma pessoa muito simples, prezava a honestidade e a sinceridade, todos o adoravam, vivia rodeado de amigos, depois da morte de seu pai, tinha feito de tudo para poder satisfazer o último pedido de seu pai, e depois de muito investigar e percorrer, as suas “buscas” tinham terminado e finalmente Rudá poderia ver pela primeira vez os seus avós.

Estes viviam em Salvador, e Rudá chegava naquele dia...

 

Amor Impossível não existe...

Capítulo 1 – A aldeia de Salvador

Por detrás das colinas o sol começa a raiar, é um novo dia, que à aldeia de Salvador está a chegar, e com ele vem um lindo céu azul, era o início da Primavera, olhando do alto das colinas podia-se ver quão grande era a obra de Deus naquela pura e pacata aldeia, a amálgama de cores: o verde dos campos, o azul do céu e do pequeno rio, o dourado do Sol, este belo “quadro” pintado por mãos divinas.

Na aldeia viviam pouco mais de 30 pessoas e a maior parte já com uma idade avançada, havia somente uma única “fonte de juventude”, a bela e pura Jaci que tinha perdido sua mãe à nascença e cujo pai se tinha entregado à bebida, por não aguentar a perda de sua esposa, tendo sido encontrado morto no rio da aldeia, (poucos anos depois desta nascer).

Jaci foi criada com os avós, e com estes ainda vivia, mas devido a idade já avançada destes, era ela que fazia tudo em casa, lavava a roupa, arrumava a casa, tratava dos animais, e ainda tinha tempo para trabalhar nos seus bordados, que fazia para ganhar algum dinheiro, e assim sobreviver, naquela vida simples, mas honesta.

Fragmentos de uma alma atormentada - Fim

           Capitulo Final
        No alto do tronco onde me resta pouco mais que uma batida do coração, olho os meus pés e vejo  naquele campo florido… Tu! Deitada. Chamando-me… Perdoando-me. Estendes a mão, eu quero tocar… quero… já me falta o ar… estou a partir, vou-me… perdi-te novamente…

Mas… eis que sinto a tua mão. Teu corpo. Me acolhendo. O meu abrigo. Deliro?! Não! É real, és tu… o nosso amor não está morto. Vive em nós… Sempre viverá… Abraço-te e tu sem compreenderes o que se passa, também me abraças. Forte. E só então compreendi tudo. Tudo não passou de um sonho mau… um abominável, cruel e atormentador pesadelo.

Fragmentos de uma alma atormentada - 7

Capitulo 7
Naquele momento em que me projecto de encontro à morte, um “flash” de toda minha a minha vida passa-me diante dos olhos. Vejo-me. Bebé. Minha mãe. Morta. Um condutor bêbado, morta estupidamente. Por um bêbado… tão bêbado quanto o pai que me abandonou e à minha mãe… que eu perdi. Que eu amava. E ainda amo. Sempre. Vou já ter contigo mãe. Chamo-te…Desculpa-me. É muito cedo, eu sei mãe. Desculpa.

Nosso primeiro beijo meu amor. Relembro. Nossa primeira noite… Saudades dos teus lábios, teu corpo, teu coração puro. E… vejo… mas… será? Não! Tu? Ele? Não! Ele, não… é meu amigo. O melhor. Não! Porquê? Vejo com mais limpidez aquela incerteza que antes varria o meu pensamento…

A noite. A porta a abrir. Barulhos no quarto. Tu, ele…nus. Traição. Dor. Incredulidade. Choras. Ele fala, não oiço nada. Só peço para ele sair. Tu choras. Pedes perdão… Ele ia a sair ainda meio vestido. E eu com a jarra que esta em cima do móvel parto lhe a cabeça. Ele jaz inanimado. Choras mais ainda. O que lhe fizeste. Dizes. Não oiço. Levo-o para a despensa e parto lhe o pescoço. Friamente. Cruelmente. Volto para o quarto, sento-me do teu lado. Tu continuas a chorar, agarrada a uma foto. De quando ainda me amavas. Não oiço o teu choro. Tanto te amei. Não merecia. Nunca… Jamais. Tu. Ele. Como aconteceu isto. Matei-o já… Dizes que vais a casa de banho lavar a cara. Deixo. Sigo-te. Olhas-te ao espelho. Pela última vez. Aperto teu pescoço, tentas resistir. Ainda partes um frasco de perfume e tentas parar-me. Mas tiro-te das mãos e espeto-te como tu cravaste o meu coração. Friamente. Cruelmente. E…

Fragmentos de uma alma atormentada - 6

Capitulo 6
Abro a porta. Caminho pela a rua, com ela. Minha ultima companheira de vida. A corda. À volta as pessoas na sua vidinha insignificante e banal, não se apercebem de que passa por elas alguém que se vai entregar à morte. Olham-me sem me ver. Pela ultima vez. E em mim sinto o último fôlego a chegar. A última esperança. Acabou. Desisti de mim. Vou partir sem regresso. Desisto.

Ao longe avisto um campo, e minuciosamente escolho a árvore assassina do meu eu. Mas já não o tenho. O meu eu. Perdi-o… ao perder-te. Morreu… ao ver-te. Morta.

Estou junto à cúmplice do meu acto cobarde. Lentamente, ato a corda ao ramo mais vigoroso. Já não penso em mais nada. Não equaciono outro desfecho. Morte. Fuga. Partir para lugar incerto. Para te encontrar. Saber o porquê! Perdão, pedir. O porquê. Choro. Pela ultima vez. Imploro por uma última réstia de esperança de tentar resistir e viver… mas já não me oiço.

O ar começa a faltar, mesmo antes de ter a corda ao pescoço. Começo a suar. Terei coragem? Será coragem precisa? Frieza? Indiferença? Pensar sem pensar, morrer por morrer. Naqueles olhos que antes viviam apaixonados, embrenhados pelo calor do amor e da tua paixão, agora só resta… os olhos. Tudo o resto é uma sombra pálida daquele sentimento outrora vivido e sentido, e agora carrego uma nuvem negra repleta de ódio de mim próprio. Matei-te! Eu! Sim, tu mataste. Eu… Cobarde. Assassino.

A corda já está atada. O nó, para o pescoço já esta feito. Subo pelo tronco ao cimo do ramo da árvore. Estou preparado para a Morte.

Olho sem olhar o espaço que me rodeia, tudo o que perderei… mas não tem mais sentido. Não posso partilhar contigo. Minha culpa! Choro. Matei-te. Eu. Assassino. Amo-te… Não tem sentido viver sem ti.

Coloco a corda ao pescoço e preparo-me para saltar. As mãos agarradas ao tronco, parecem querer terminar aquele momento rapidamente e tentam desprender-se. Peço a Deus que me receba, e peço a ti, perdão pelos meus actos, e….

Fragmentos de uma alma atormentada - 5

Capitulo 5
Recuso ser dominado. De um ápice levanto-me da cama. Liberto-me daquela prisão. Descalço, caminho pelo chão frio como o vazio que se apropriava do meu ser, naquele acordar entorpecido. E dirijo-me para a casa de banho. Lá fora a chuva e o vento estão cada vez mais fortes… estarão furiosos? Quererão avisar-me de algo?! Tenho medo… Um arrepio. Sinto! Mas… avanço sem recuos. Abro a porta e vejo-te. Ali. O meu amor. Ali. Estendida no chão. Sangue… Sem vida. Sem uma ponta de luz a escorrer pelas veias do teu corpo. Meu coração pára. Aterrorizado. Grito num silêncio ensurdecedor que só oiço em mim. Choro. Morro!!! Ajoelho-me a teu lado e abraço-te. Todo o meu corpo, e roupa unem-se ao teu sangue. Meu Deus… o sangue do nosso filho! Porquê! Perdi-os…Para sempre, porquê?

Quero fugir, acompanhar-te… prender-te a mim. Mas não posso ir… o culpado. Tenho de descobrir. Não pode sair impune. Quem matou a razão do meu viver? Levanto-me e noto os sinais de luta pela casa toda. A porta não parecia ter sinais de ter sido arrombada. Nenhuma janela partida. E volto. Ao teu lado. Reparo que numa das mãos tens uma fotografia minha e na outra… um pedaço de tecido. E… Silêncio. O meu pijama! Meu Deus! Não pode… Não! Nããooooo… eu? Não pode ser… Eu não. Levanto-me e ao espelho vejo marcas de dedos, arranhões… Mas.. o que aconteceu? O que fiz eu? O que fiz… Recuso-me a acreditar. Amo-te. Sempre amei. Não te tirei a vida. Jamais… nunca!

Fragmentos de uma alma atormentada - 4

Capitulo 4
Recuso ser dominado. De um ápice levanto-me da cama. Liberto-me daquela prisão. Descalço, caminho pelo chão frio como o vazio que se apropriava do meu ser, naquele acordar entorpecido. E dirijo-me para a casa de banho. Lá fora a chuva e o vento estão cada vez mais fortes… estarão furiosos? Quererão avisar-me de algo?! Tenho medo… Um arrepio. Sinto! Mas… avanço sem recuos. Abro a porta e vejo-te. Ali. O meu amor. Ali. Estendida no chão. Sangue… Sem vida. Sem uma ponta de luz a escorrer pelas veias do teu corpo. Meu coração pára. Aterrorizado. Grito num silêncio ensurdecedor que só oiço em mim. Choro. Morro!!! Ajoelho-me a teu lado e abraço-te. Todo o meu corpo, e roupa unem-se ao teu sangue. Meu Deus… o sangue do nosso filho! Porquê! Perdi-os…Para sempre, porquê?

Quero fugir, acompanhar-te… prender-te a mim. Mas não posso ir… o culpado. Tenho de descobrir. Não pode sair impune. Quem matou a razão do meu viver? Levanto-me e noto os sinais de luta pela casa toda. A porta não parecia ter sinais de ter sido arrombada. Nenhuma janela partida. E volto. Ao teu lado. Reparo que numa das mãos tens uma fotografia minha e na outra… um pedaço de tecido. E… Silêncio. O meu pijama! Meu Deus! Não pode… Não! Nããooooo… eu? Não pode ser… Eu não. Levanto-me e ao espelho vejo marcas de dedos, arranhões… Mas.. o que aconteceu? O que fiz eu? O que fiz… Recuso-me a acreditar. Amo-te. Sempre amei. Não te tirei a vida. Jamais… nunca!

Fragmentos de uma alma atormentada - 3

Capitulo 3
De repente abro os olhos, acordo daquele pesadelo. Terá sido?! Os lábios ainda sentem o doce sabor amargo da morte. De te perder. Foi um sonho. Só um sonho… espero eu. E escuto a chuva que lá fora caí. O dia nasceu cinzento. Enevoado. Tal como eu. Molhado, como os meus olhos. A dura realidade combinada com o sonho, não esqueço o que vi, o que senti. Coração volta a bater forte. Tu! Preciso ouvir a tua voz. Ligo, Oi Amor. Oi meu querido, escuto. E a tranquilidade é devolvida de novo ao meu ser, e torna-se a apoderar deste eu, inseguro, sofredor, periclitante. Mas… a cama parece prender-me. Os lençóis querem que reflicta sobre o que acabei de sonhar. A fiel almofada pede para relembrar o que vi tão claramente num sonho tão real, como doloroso… Foi mesmo um sonho? Um pressentimento!  

Fragmentos de uma alma atormentada - 2

Capitulo2
Caminhava em busca da terra dos sonhos, mas tudo o que encontrava era um vazio. Escuro. Sem luz. Perdido, estava-me a sentir. Ao meu redor o negrume de uma solidão sombria. Sinto no ar um cheiro esquisito, indecifrável...no início.

     Mexo um braço e sinto algo, o outro braço também se mexe e bato de novo em algo, parece o som de madeira. E da escuridão fez-se luz. De repente tudo faz sentido....

     Escuridão, madeira, o vazio, o cheiro....cera queimando!!! Estou morto. Socorro! Não! Meus sonhos, não fujam por favor... voltem! Quero-te. Amo-te! Volta! Quero voltar. Os braços, as pernas, todo meu corpo, tentam soltar-se daquela prisão sem grades, que não me prendem, mas puxam-me para longe... de ti. Do nosso amor. Amo-te. Perdi-te. Morri. Sofres? Oh, como sofres... Volta. Meus sonhos? Mortos. Esquecidos. Irrealizáveis.

     Continuo sem desistir. Tentar. Sair daquele caixão e... ela caí. A tampa. Dezenas de rostos, olhando para mim, e dizendo aquilo que eu sempre lutei para não ouvir. Escuto. Eu não era ninguém... Nunca fui! Era menos que nada... um miserável grau de areia que não importa ter partido, e.... vejo-te... minha amada. A chorar. A única que chorava a minha ida sem volta. A única que viu quem eu sou. Como sou. Porque sou. E choro contigo. Estendo a mão tentado alcançar-te. Tocar-te. E falo: Amo-te. Mas não escutas, não ouves as minhas palavras envoltas de profunda tristeza. Nossos sonhos?! Destruídos. Esvanecidos. Tomados numa guerra em que não saí vencedor.

     A imortalidade não alcancei... certamente serei esquecido... em breve. Em breve. Queria ser lembrado mas... pelo quê? O que eu fiz? O que eu fui? Ninguém... Nada... Menos que nada. Queria te ver pela última vez, tocar-te, sentir-te. Beijar-te, e... vê-lo. Choro por não o ver. Ele. O fruto do nosso amor. Já não o vou ver crescer... e choro. Reclamo uma última oportunidade. Mas Deus não me escuta. Talvez esteja a repousar, ou.... Talvez mereça este castigo.

     Levanto a cabeça na tentativa de o ver dentro de ti. E lá estavas. Sentada. Ele dentro de ti. Sorrio. Feliz, sinto-me. Como por magia ou apelo divino, vens de novo junto a mim e consigo beijar onde ele está a crescer. Tua barriga. Teu corpo. Que eu amo. Que eu não vou mais tocar. Choro. Queria entrar no teu coração e impedir que a tristeza te conquiste. Jurei um dia que nunca te iria ver a sofrer. A infelicidade não combina com o teu rosto, com o teu coração. Sempre te disse isso. Sempre. E tu escutavas. Mas agora já não me ouves. Perdi-te. Quero voltar... Por favor... Nosso filho. Nosso amor. Nós. Dois. Três... Não! Morto. Morto... Perdi-te. Perdi-os...

Fragmentos de uma alma atormentada

Capitulo1

Eis me aqui perdido num turbilhão de sentimentos. Amor. Solidão. Dor. Choro. Vencer. Sonhar. Prender-te aqui dentro e amar-te. A noite, eterna companheira inseparável, sempre presente nos momentos que queria esquecer. Mas...lembro que te amo, e esses momentos, eu recordo com felicidade. Serão momentos ou.... lembranças eternas... sentimentos ternos. Desejo. Quimera, talvez! Choro por ainda não te ter. Morro, sofro… sofro!

     No quarto a luz do candeeiro fita-me da sua altivez e parece querer dar-me um sinal através da sombra que paira do meu lado sombrio... o meu destino. Negra. A vida... Que vida? Que destino? Onde estarão. Existem? Não os vejo... alguma vez os vi? Ou acreditei que já os teria encontrado? Nunca! Sempre. Interrogo-me com perguntas inquestionáveis a mim próprio... atormento-me com estes jogos de quebra-cabeças diabólicos, assustadores. Que propósito será o meu? Porque respiro? Porque vivo? Porque existo? Porquê...porquê.

     A almofada, fiel como sempre, puxa-me e tenta me fazer ouvir os seus conselhos sábios, e a tormenta acalma-se. Fugiu por entre a noite e no brilho das estrelas vi-te e sorri. Paixão. Meu anjo. Sei agora... está escrito nelas, que o nosso destino é nosso, e dos dois somente será. Meu e teu, teu e meu. Nosso…               

     A luz das estrelas fez me recordar, teu sorriso resplandecente, teu olhar luminoso, que banha e queima minha alma, que arde de desejo pelo toque do teu beijo.

     Lembrei o quanto me amas e quanto te quero e sorriu de novo. Recordei tudo. A dor foi-se... Perdeu! Nosso Amor venceu uma vez mais. Agora a vontade de dormir pode vir, pois junto a mim irá repousar uma Esperança. A esperança de te ter. Te amar. Te amar....

     A luz do candeeiro despede-se de mim, a almofada diz até amanha e caiu no sono profundo, esperando que um sonho pegue-me e leve-me nas suas asas para lá... a terra dos sonhos impossíveis que um dia serão possíveis... o nosso sonho.

As gaivotas

Caminho pela rua em direcção ao mar, apercebo-me do que me rodeia, as pessoas na sua correria estonteante, os carros a passarem desenfreadamente, o sol a queimar o meu rosto, o ceú a desenhar o meu destino e o chão a pisar-me alma. De repente paro. Eis ali... o mar. A fina areia começo a sentir. Debaixo dos pés. As gaivotas na praia fugindo como que se apercebendo do sofrimento contagiante que contenho, e... sento-me. Pensativo.

As ondas na sua quietude, de ida e volta constante, iam me molhando os pés, começo a sentir um frio que me lava o coração, de todo o mal que me causaste. Tu...

Nas pequenas poças, o teu reflexo era uma miragem para mim, no brilho do sol via a negritude do teu desencanto, que me enganou e que me fez sofrer. Eis me aqui... e tu?

Uma gaivota mais corajosa, aproxima-se, pé ante pé. Olho-a. Admiro a sua beleza, a candidez das suas penas, fazem-me lembrar a ingenuidade dos meus pensamentos e a honestidade dos meus actos. Tanto que fiz por ti, tanto que lutei, me sacrifiquei...a recompensa? Sofrimento. Falsidade. Mágoa. Desespero.

Mas eis que outra gaivota surge, juntando-se à que estava do meu lado. Parece que me observam, que estarão a pensar?

Estarão a cogitar... Que fará aqui este ser tão estranho no areal, a olhar para o infinito, pensativo... chorando... sofrendo. Sentirão elas o que me vai no coração? Serão 2 anjos que Deus enviou para me proteger e evitar que cometa uma loucura? Será?

Mas aos poucos, ás 2 gaivotas se juntaram mais e mais e mais... Todas tinham perdido o medo, todas sentiam-se bem do meu lado, sentiam se seguras, sabiam que não lhes faria mal, que apesar de ser diferente, jamais iria magoa-las ou faze-las sofrer e lembro-me... deles. E agradeço a Deus, o seu sinal.

Lembro me Deles... dos meus amigos, da minha família, das pessoas que me querem bem e que me amam de verdade, que nunca me irão magoar ou abandonar.

Ele as enviou. Como um símbolo. Não vale a pena amar ou sofrer por quem não merece, ou por quem não dá valor para todos os sacrifícios, todo o carinho, e toda a felicidade que se tenta dar e que se quer receber também.

Sempre será preferível estar rodeado de seres em que confiam, respeitam e amam realmente por aquilo que se é e não por aquilo que lhes possa dar.

Obrigado gaivotas...

Arriscar ou não...

Eis-me aqui, do teu lado e... será que arrisco? Desisto? Tenho-te ou perco-te? Não arriscar e sofrer, arriscar ou sofrer ou talvez não... Trago-te no peito, amo-te, mas n sei o que dizer, o que fazer... o medo do não sobrepõe-se e a ilusão perdura. Todo o amor é paciente, mas tudo tem limites e... o que fazer? Arriscar e correr. Atrás do destino.

Queria sair deste mundo de ilusão e viver em ti, só em ti...

Olho cada gesto teu, e apaixono-me cada vez mais, recordo cada palavra, cada sorriso, cada olhar trocado e choro... não arrisquei, não te roubei um beijo ou balbuciei as simples palavras: te amo.

E sofro! Em desespero! A noite confidente ampara este sofrimento doloroso que ensombra minha vida, mas... sou eu o causador de tudo isto, deste aperto infame que podia terminar se tivesse a coragem de te olhar nos olhos, e te dissesse tudo que me vai na alma e aí verias o fogo do teu amor que agasalha a minha vida, que me dá força para lutar, para vencer, e que me faz acreditar que serás o destino que sempre procurei.

Por vezes vejo em teu olhar uma tristeza tão grande, será que também sofres em silêncio, será que me desejas? Que me amas e também tenhas medo...? será...? Choro. Sem te ter...sofro, sofremos... sofremos, sofremos.

Basta!!!

O amanha trará em mim de novo este amor e o medo vai sair a perder, tudo que ambiciono, que sonho, irá vencer e serás minha, só minha...

Como queria que tudo isto fosse realidade, que esta quimera fosse verdade... eternidade eterna. Desejo-o, sinto-o, o amor... a loucura... a paixão que vive só por ti... em ti, em mim, e que me faz agradecer a Deus por te ter posto no meu caminho. E depois de todo este sofrimento, perdurará para sempre o mais belo do sentimento, o AMOR.... o nosso AMOR.

Para poder tocar teu coração e nele colocar o que sinto para que saibas que sem ti, nada que possuo, que sinto, que conquistei, fará qualquer sentido senão te tiver do meu lado e assim poder compartilhá-lo contigo.

E é nesta ilusão real que vivo e continuo a viver, e neste amor perdido e achado vou ganhar a coragem de te pegar na mão, olhar nos teus olhos, penetrar no teu olhar e enfim perguntar: Amas-me...

“Atraiçoado pela vida”


Porque fui atraiçoado pela vida? Porque quis ela fugir de mim? Escapar-me de uma forma infame e tão…tão atroz. Logo agora que tinha tanto para viver… e como merecia viver. Estou morto… morri. Parti. Para parte incerta. Mas será que caminho para um lugar melhor? Terminará tudo aqui?

Tenho medo, medo eu tenho. De sofrer. Fazer sofrer. A quem eu amo… minha mulher. Meus filhos. Desculpem-me. A morte venceu-me e não tenho mas forças para lutar. Foi uma luta desigual. Veio sem avisar. Cura? Não existiu. Lutar? Lutei. Lutei muito. Chorar? De alegria. De felicidade. De orgulho. Por saber que me amaram, que me amam e lutaram lado a lado comigo para vencermos. Mas perdemos! Tentámos … sim. Mas perdemos. E parto. Morto.

E não quero que sofram. A vida seguira o seu rumo. Sim, é fácil dizer. Mas sei que fácil não é.
Não foi fácil cuidarem de mim. De conterem as lágrimas quando iam em meu auxílio e viam meu sofrimento. A Dor. Imensa. Aquela vil vida que se esgotava a cada segundo que passava. Mas apesar de tudo, sempre fortes, viam a esperança que ninguém tinha. Mesmo sabendo que ela já não existia, estiveram sempre do meu lado. E emocionado agradeço. Perdemos. Mas lutámos. Parti…

E agora o medo do que se passará a seguir apodera-se de mim. Estou com tanto medo. Voltarei a ver-vos? A senti-los? A amá-los?
Minha mulher sempre disse que sim. Queria acreditar. Quero que aconteça. Uma dia talvez. Era tão bom os poder abraçar, beijar, porque o amor nunca irá morrer… mesmo morrendo. Isso não morre. Nunca.

Já sinto a falta de vocês… como é doloroso partir assim…

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Qual o propósito deste blogue?

Existem alturas em que a melhor companhia é a de um pedaço de papel e a de uma caneta. Queremos extravasar algo e nada melhor que transpor o que sentimos, ou o que pensamos para num futuro recente poder recordar e ver que podemos aprender com as lições que a vida nos dá, ou com determinada experiência que vivenciamos, ou com algo tão simples como a chuva a cair, a noite... sei lá. Existem tantos motivos para escrever que o melhor mesmo é começar a passar para aqui algumas das minhas "experiências" no mundo da escrita..